Impacto de um programa de exercício físico em pessoas com lombalgia crónica

Abstract

O objetivo do estudo foi verificar o impacto de um programa de exercício físico na redução da dor lombar, na qualidade de vida e na capacidade funcional em pessoas com dores lombares crónicas. Dezasseis mulheres ativas (45±9,2 anos de idade; 157,5 ± 3,6cm; 61,9 ± 9,3kg) foram recrutadas e divididas aleatoriamente em grupo de controlo (CG; n=8) e grupo experimental (EG; n=8). O GE foi submetido a um programa de exercícios e o GC seguiu rotinas. Foram realizadas duas avaliações (M1 - antes do programa de intervenção e M2 - depois do programa de intervenção): avaliação antropométrica, escala visual analógica (EVA), aplicação do questionário internacional de atividade física, questionário da qualidade de vida (SF36), questionário de índice de deficiência da dor lombar (oswestry disability Index ODI). Foram utilizados o teste Mann-Whitney, Wilcoxon e teste de Friedman. Entre M1-M2, diferenças significativas no GE, na escala EVA (p=0,017), na incapacidade física (p=0,027) e nos parâmetros de qualidade de vida: "desempenho físico (DF)", "dor corporal (DC)" e "função social (FS)" (p=0,027; p=0,018, p=0,014, respetivamente). O GC mostrou diferenças estatisticamente significativas no “estado de saúde geral” (SG) (p=0.028). Entre M1-M2, diferenças significativas no GE, no YBT de alcance posteromedial (p= 0,012) no FMS hurdle step (direita e direita), shoulder mobility (esquerda), rotary stability (esquerda) (p=0,025; p=0,014; p=0,046; p=0,034 respetivamente). O GC piorou no alcance anterior (p= 0,012), O GC não mostrou diferenças estatisticamente significativas nas variáveis do FMS. No score total do FMS entre o M1-M2 ambos os grupos apresentaram valores significativos (GE p=0,018; GC p=0,020). Após programa de intervenção o GE foi significativamente diferente do GC na redução das dores lombares (p=0,024) e na qualidade de vida, no parâmetro "DF", "DC", “FS” (p=0,031; p=0,013; p=0,020 respetivamente). O GC apresentou melhorias na qualidade de vida “SG” (p=0,045). O GE destacou-se no alcance anterior do YBT em relação ao GC (p=0,031) e no hurdle step (esquerda p=0,01 e direita p=0,005), in line lunge (direita p=0,006), active leg raise (esquerda p=0,034 e direita p=0,074), active straight leg raise (esquerda p= 0,034), trunck stability push up (p=0,035) e rotary stability (direita p=0,007 e esquerda p=0,006. O GC teve resultados estatisticamente significativos, comparativamente com o GE, no teste FMS in line lunge (p=0,01). Com a implementação do programa de exercício físico obteve-se efeitos positivos na capacidade funcional no teste de equilíbrio dinâmico no alcance anterior (YBT_A), na pontuação total dos testes de capacidade funcional (FMS) e nos testes individuais: hurdle step do lado esquerdo e direito, in line lunge do lado direito, active straight leg raise do lado esquerdo, trunck stability push up, rotary stability (lado direito e esquerdo). A realização de exercício físico programado e orientado em mulheres diagnosticadas com lombalgia, parece ter impactos positivos tanto na redução da dor lombar, como na melhoria do desempenho físico e diminuição da dor corporal, traduzindo-se numa melhor qualidade de vida.

The objective of the study was to verify the impact of a physical exercise program on the reduction of low back pain, quality of life and functional capacity in people with low back pain. Sixteen active women (45±9.2 years old; 157.5 ± 3.6cm; 61.9 ± 9.3kg) were recruited and randomly divided into control group (CG; n=8) and experimental group (EG; n=8). The EG underwent an exercise program and the CG followed routines. Two evaluations were made (M1 - before the intervention program and M2 - after the intervention program): anthropometric evaluation, visual analog scale (VAS), application of the international physical activity questionnaire, quality of life questionnaire (SF36), low back pain disability index questionnaire (Oswestry disability Index ODI). Mann-Whitney, Wilcoxon and Friedman tests were used. Between M1-M2, significant differences in the EG in the VAS scale (p=0.017), in physical disability (p=0.027) and in the quality of life parameters: "physical performance (PP)", "body pain (BP)" and "social function (SF)" (p=0.027; p=0.018, p=0.014, respectively). The CG showed statistically significant differences in "general health status" (GS) (p=0.028). Between M1-M2, significant differences in the EG in posteromedial reach YBT (p= 0.012) in FMS hurdle step (right and right), shoulder mobility (left), rotary stability (left) (p=0.025; p=0.014; p=0.046; p=0.034 respectively). CG worsened in anterior reach (p= 0.012), CG showed no statistically significant differences in FMS variables. In the total FMS score between M1-M2 both groups showed significant values (EG p=0.018; CG p=0.020). After the intervention program, the EG was significantly different from the CG in the reduction of back pain (p=0.024) and in quality of life, in the parameter "PP", "BP", "SF" (p=0.031; p=0.013; p=0.020 respectively). The CG showed improvements in the quality of life "SG" (p=0.045). The EG stood out in the YBT anterior reach compared to the CG (p=0.031) and in the hurdle step (left p=0.01 and right p=0.005), in line lunge (right p=0.006), active leg raise (left p=0.034 and right p=0.074), active straight leg raise (left p= 0.034), trunck stability push up (p=0.035) and rotary stability (right p=0.007 and left p=0.006. The CG had statistically significant results compared to the EG in the FMS in line lunge test (p=0.01). The implementation of the exercise program had positive effects on functional capacity in the dynamic balance test in anterior reach (YBT_A), in the total score of the functional capacity tests (FMS) and in the individual tests: left and right hurdle step, right in line lunge, left active straight leg raise, trunck stability push up, rotary stability (right and left side). The performance of programmed and oriented physical exercise in women diagnosed with low back pain seems to have positive impacts both in reducing low back pain, improving physical performance and reducing body pain, translating into a better quality of life.