Influência da realidade aumentada na socialização da criança com perturbação do espectro do autismo

Abstract

Com esta investigação pretendeu-se estudar a influência da utilização da tecnologia de Realidade Aumentada (RA) na socialização de quatro crianças, em idade escolar obrigatória, diagnosticadas com a Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), inseridas no contexto da Fundação AMA – Autismo, em Viana do Castelo. As crianças com autismo têm muitas vezes dificuldades a nível da interação social, apesar de demonstrarem, em geral, interesse por dispositivos eletrónicos. Estas crianças respondem melhor a estímulos digitais do que a estímulos sociais, devido à sua preferência por estímulos visuais, em vez de auditivos. A investigação foi realizada na Fundação AMA Autismo, com o objetivo de melhorar as habilidades sociais das crianças com PEA, através da realização de atividades colaborativas, usando a tecnologia de RA. No estudo efetuado, escolheu-se e explorou-se o uso da tecnologia de RA por considerar-se esta como uma ferramenta que facilita a criação de um ambiente confortável e favorável à interação social da criança com PEA, para além de proporcionar uma adaptação mais suave em termos de utilização, bem como uma ligação mais próxima do utilizador (a criança com PEA) com o ambiente físico que o rodeia. O estudo empregou a Metodologia Construtivista Qualitativa para observar e criar uma teoria explicativa sobre o fenômeno em questão. Os dados foram obtidos da Fonte Exata, incluindo nomes, referências e detalhes precisos, através de Notas Observacionais. A análise dos dados foi organizada em três eixos temáticos: reações das crianças com PEA ao utilizar aplicações de RA, interações dessas crianças em atividades com RA e a interação entre o investigador e as crianças com PEA. Relativamente aos dados obtidos, notou-se uma evolução gradual das habilidades sociais dos participantes durante as atividades, que tiveram foco na interação social, tendo em conta o nível de défice de interação social presente nos quatro participantes, bem como o contexto pandémico (COVID 19) e as restrições impostas durante a realização da investigação.

ABSTRACT: This research aimed to study the influence of the use of Augmented Reality (AR) on the socialization of four children of compulsory school age, diagnosed with Autism Spectrum Disorder (ASD), within the context of the AMA - Autism Foundation, in Viana do Castelo. Children with autism often have difficulties with social interaction, although they generally show an interest in electronic devices. These children respond better to digital stimuli than to social stimuli, due to their preference for visual rather than auditory stimuli. The research was carried out at the AMA Autism Foundation, with the aim of improving the social skills of children with ASD by carrying out collaborative activities using AR technology. In the study carried out, the use of AR technology was chosen and explored because we considered it to be a tool that facilitates the creation of a comfortable and favorable environment for the social interaction of children with ASD, in addition to providing a smoother adaptation in terms of use, as well as a closer connection between the user (the child with ASD) and the physical environment that surrounds him. The study employed Qualitative Constructivist Methodology to observe and create an explanatory theory about the phenomenon in question. Data was obtained from the Exact Source, including names, references and precise details, through Observational Notes. The data analysis was organized into three thematic axes: reactions of children with ASD when using AR applications, interactions of these children in AR activities and the interaction between the researcher and the children with ASD. Regarding the data obtained, there was a gradual evolution of the participants' social skills during the activities, which focused on social interaction, taking into account the level of social interaction deficit present in the four participants, as well as the pandemic context (COVID 19) and the restrictions imposed during the research.