Utilize este identificador para referenciar este registo: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2705
Título: Stress nos enfermeiros que exercem funções nas viaturas médicas de emergência e reanimação
Autores: Ferreira, Maria Salomé Martins
Silva, Márcio Daniel Dias de Almeida e
Valente, Manuel Filipe Soares
Palavras-chave: Emergência
Enfermeiros
Extra-hospitalar
Pré-hospitalar
Stress ocupacional
Emergency
Nurses
Out-of-hospital
Pre-hospital
Occupational stress
Data: 9-Dez-2021
Resumo: O stress ocupacional é um fenómeno transversal a todas as profissões, sendo um dos problemas em ascensão da atualidade nas organizações. Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), o stress ocupacional representa o segundo problema mais prevalente que afeta os trabalhadores, manifestando-se não só na saúde dos mesmos, mas também na vertente económica e financeira dos países. Os enfermeiros estão entre as profissões mais stressantes do mundo, motivado por variados fatores, tais como físicos, sociais e psicológicos, na maior parte das vezes desenvolvidas aquando do “cuidar” do outro (Dantas [et al.], 2014). A especificidade da atuação dos enfermeiros em contexto extra-hospitalar é caracterizada por um conjunto de desafios, dificuldades e responsabilidades, conferindo um risco acrescido para estes profissionais, não só de ordem física, mas também psicológica e emocional. A presente investigação teve como objetivo identificar as situações causadoras de stress no exercício profissional nos enfermeiros que exercem funções nas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) no distrito do Porto. Como instrumento de recolha de dados foi utilizado um questionário sociodemográfico e profissional associado à Escala de Stress Profissional dos Enfermeiros (ESPE), validada para a população portuguesa por Santos e Teixeira (2008). Trata-se de um estudo de natureza quantitativo de carácter descritivo, exploratório e transversal. A amostra foi composta por 67 enfermeiros que desempenham funções nas VMER no distrito do Porto, predominantemente masculina com 73,1%, com idades compreendidas entre os 32 e os 55 anos, com o tempo médio de experiência profissional no meio VMER de 11,6 anos. A carga de trabalho foi o fator mais identificado pelos enfermeiros como stressante, seguido pelas situações de morte. O fator sentido como menos stressante foi a falta de apoio dos colegas. Em relação aos ambientes, o ambiente físico é aquele em que os enfermeiros das VMER têm maior perceção do stress, seguido do psicológico e social. Constatamos que o sexo feminino é aquele que tem maior perceção dos fatores de stress em todos os seus ambientes: físico, psicológico e social, por sua vez ser profissional VMER há mais anos e ter mais habilitações profissionais não interfere na perceção de menos fatores desencadeantes de stress, assim como, o serviço de origem dos profissionais que exercem na VMER não interfere na perceção de stress. Para além destes aspetos os enfermeiros enunciaram mais três fatores considerados por eles como stressantes nomeadamente: vítima com idade pediátrica, riscos associados à deslocação para o local e a falha de material/equipamento utilizados em situações de emergência (inoperacionalidade). Como sugestões para minimizar o stress os participantes identificaram melhoria relativamente à formação com ênfase para a importância da recertificação, reuniões de equipa para partilha de experiências e ter o material verificado e meios/equipamentos operacionais para executar cuidados de excelência. Sendo o extra-hospitalar e concretamente as VMER uma área pouco estudada, este trabalho contribui para sensibilizar as organizações para a importância dos enfermeiros que atuam neste contexto, assim como, para identificar os fatores que frequentemente são identificadas como stressantes.
The occupational stress is a phenomenon that cuts across all professions, and is one of the growing worries in organizations today. According to the European Agency for Safety and Health at Work (EU-OSHA), occupational stress represents the second most prevalent problem that affects workers, manifesting itself not only in their health, but also in the economic and financial aspect of countries. Nurses are among the most stressful professions in the world, motivated by various factors, such as physical, social and psychological, most often developed when “taking care” of the other (Dantas [et al.], 2014). The specificity of the role of nurses in an extra-hospital context characterized by a set of challenges, difficulties and responsibilities, conferring an increased risk for these professionals, of not only a physical but also psychological and emotional nature. The present investigation aimed to identify the situations that cause stress in the professional practice of nurses who work in Emergency and Reanimation Medical Vehicles (ERMV) in the district of Oporto. As a data collection instrument, a sociodemographic and professional questionnaire associated with the Nurses Professional Stress Scale (ESPE), validated for the Portuguese population by Santos and Teixeira (2008). This is a descriptive, exploratory and cross-sectional quantitative study. The sample was composed of 67 nurses who work in the ERMV in the district of Oporto, predominantly male with 73,1%, aged between 32 and 55 years, with an average time of professional experience in the ERMV environment of 11,6 years. The workload was the factor most identified by nurses as stressful, followed by death situations. The factor felt as less stressful was the lack of support from colleagues. The physical environment is the one in which ERMV nurses have a greater perception of stress, followed by the psychological and social environment. We also found that female sex are the ones who has greater perception of stress factors in all their environments: physical, psychological and social, in turn, being a ERMV professional for more years and having more professional qualifications does not interfere with the perception of fewer triggering factors for stress, as well as the original service of professionals working at ERMV does not interfere with the perception of stress. In addition to these aspects, the nurses listed three more factors that they considered to be as stressing, namely: victims of pediatric age, risks associated with traveling to the location and the failure of material/equipment used in emergencies (inoperability). As suggestions to minimize stress, participants identified improvements in terms of training, with emphasis on the importance of recertification, team meetings to share experiences and have the material checked and operational means/equipment to perform excellent care. As the extra-hospital and specifically the ERMV is an area that has been little studied, this work contributes to sensitize organizations to the importance of nurses working in this context, as well as to identify factors that are often identified as stressful.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica apresentada na Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viana do Castelo
URI: http://hdl.handle.net/20.500.11960/2705
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